Desde fevereiro, a polícia investigava a participação de pessoas de fora de SP na morte de Darie Alves Tremura e alertou equipes no Paraná. Homem foi preso nesta quinta-feira (12), após dez meses. Homem preso no Paraná nesta quinta-feira (12) pode ter ligação com morte de PM aposentado Darie Alves Tremura, em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
As investigações sobre o homem que foi preso nesta quinta-feira (12) suspeito de envolvimento na morte do PM aposentado Darie Alves Tremura duraram, pelo menos, dez meses.
Isso porque, horas após o crime cometido em Ribeirão Preto (SP), Emerson Pereira da Silva, de 39 anos, deu entrada em um pronto-socorro de Londrina (PR) e a história que ele contou chamou a atenção de policiais.
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As duas cidades ficam a 466 quilômetros de distância e uma viagem de carro leva, pelo menos, seis horas e 30 minutos.
De acordo com o delegado Targino Osório, um dos responsáveis pelo caso, o homem procurou atendimento médico na capital paranaense por volta das 16h do dia 12 de fevereiro, alegando que foi baleado quando estava passando de moto por um local na cidade.
Naquele dia, de fato, houve uma ocorrência atendida pela Polícia Militar de Londrina. Só que a Polícia Civil de Ribeirão Preto já tinha compartilhado imagens do assalto que ocorreu na região central da cidade mais cedo.
Câmeras de segurança flagraram quando pelo menos três criminosos abordaram Tremura e o enteado dele, Rafael Bernardes Faria, no momento em que eles deixavam um posto de recarga de cartões na Rua Tiribiçá, por volta das 8h. (veja vídeo abaixo)
“A gente já tinha essa ideia de que um não seria da região e, muito provavelmente, de fora do estado. Passamos aquelas imagens para o pessoal do Paraná, mas infelizmente não conseguimos nada. Depois, ele deu entrada lá 16h25 e aí conta uma história que foi baleado por volta das 13h30 lá, que estava passando de moto e sentiu uma fisgada que aí viu que estava baleado. Ele só não foi preso, porque não tinham elementos, informações”, diz Targino.
Policial militar aposentado é morto durante tentativa de assalto em Ribeirão Preto,SP
A partir daí, a rotina de Emerson passou a ser acompanhada e as investigações seguiram pelos meses seguintes. A polícia descobriu, por exemplo, que ele mora em Londrina, onde mantém uma loja no Camelódromo da cidade.
Com as informações, os investigadores pediram à Justiça de São Paulo pela prisão temporária do suspeito. Ele foi abordado por policiais do Paraná na manhã desta quinta-feira, no momento em que iria abrir o estabelecimento.
Homem preso no Paraná nesta quinta-feira (12) pode ter ligação com morte de PM aposentado Darie Alves Tremura, em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
No fim do dia, Emerson chegou a Ribeirão Preto e prestou depoimento aos policiais. Ele nega que tenha cometido o crime.
Na manhã desta sexta-feira (13), o suspeito vai ser encaminhado à Cadeia de Santa Rosa de Viterbo (SP).
Vida em Londrina e ligação com Ribeirão
Desde fevereiro, quando o crime ocorreu, a polícia investigava a possibilidade de os participantes serem do Paraná. Agora, o que o delegado quer é saber a ligação entre o suspeito e Ribeirão Preto.
“Ele tem uma vida em Londrina, mas precisamos saber agora qual o vínculo dele com Ribeirão Preto para fazer um assalto desse. Porque para sair do Paraná e vir aqui aleatoriamente, não. A gente percebe que foi planejado, e nós precisamos levantar isso, como chegou para ele, quem passou a informação [de que os seguranças faziam transporte de valores]”, diz Targino.
Outro delegado responsável pelo caso, Rodolfo Latif Sebba foi até Londrina nesta quinta-feira para colher o depoimento do suspeito. Apesar de ele negar participação, a polícia afirma ter indícios do envolvimento dele no crime.
“Ele nega, mas tem como a gente provar realmente se é ele realmente [a mesma pessoa], porque nós temos o material biológico. O doutor Rodolfo apreendeu alguns objetos de uso pessoal dele lá, autorizado pela Justiça, e isso vai nos possibilitar o confronto com o material genético que foi recolhido nas proximidades, no local que ele estava [em Ribeirão Preto]”, explica Targino.
Polícia Civil de Ribeirão Preto, SP, vai confrontar material genético de homem preso no Paraná suspeito de envolvimento na morte de PM aposentado Darie Alves Tremura
Reprodução/g1
Imagens de câmeras de segurança no dia do crime mostram um suspeito, que estava de camiseta branca, correndo e ferido.
Ele conseguiu fugir do local e chegou a trocar de roupa e apareceu na sequência com uma camisa preta, já na garupa de um criminoso que usava um uniforme verde de gari.
Como a camiseta branca foi deixada para trás, a peça foi recolhida pela perícia e passou por análise. É este material genético que a polícia tem em mãos.
Segundo a polícia, ferido, assaltante de malote trocou de roupa para fugir em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/Câmeras de segurança
Malote de dinheiro como alvo
O caso foi registrado como latrocínio, que é roubo seguido de morte. O dinheiro do malote, que era o alvo dos criminosos, não chegou a ser levado, mas eles conseguiram pegar a arma de Tremura.
Ele morreu no local após ser baleado nas costas e o enteado dele, também atingido, foi socorrido e passou por cirurgia até receber alta, uma semana depois do crime.
Darie Alves Tremura, de 63 anos, morreu baleado durante assalto em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
À época, Sebba informou que três homens foram identificados nas imagens das câmeras de segurança.
Parte dos criminosos estava vestida como gari para não levantar suspeitas, mas estava com o rosto à mostra durante a ação.
Um dia depois do crime, a polícia prendeu um suspeito de participação. O homem, de 20 anos, foi encontrado em Serrana (SP) e chegou a ser preso em flagrante, mas foi liberado. As investigações continuam para encontrar os demais envolvidos no crime.
Assista à reportagem do EPTV2 na íntegra:
Polícia procura outros envolvidos na morte de PM aposentado em Ribeirão Preto
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