Amigo que testemunhou mutilação de cavalo com facão alega inocência: ‘Fiquei sem reação’
O homem de 28 anos que testemunhou o amigo mutilando as patas de um cavalo com um facão, em Bananal, no interior de São Paulo, publicou um vídeo nas redes sociais nesta segunda-feira (19) alegando inocência e afirmando que não impediu o tutor porque ficou “sem reação”.
“Eu fiquei sem reação na hora, não soube o que fazer”, declarou Dalton de Oliveira Rodrigues Vieira, que foi ouvido na condição de testemunha pela Polícia Civil.
O caso de maus-tratos é investigado pela Polícia Civil, que apura se a mutilação ocorreu com o animal vivo ou morto. As imagens do ocorrido viralizaram nas redes sociais, com milhares de pessoas, inclusive famosos, cobrando justiça – leia mais abaixo.
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Segundo a Polícia Civil, o homem que mutilou o cavalo é Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, de 21 anos. Ele é investigado por maus-tratos.
Ainda segundo a polícia, Andrey e Dalton são amigos. Em depoimento, os dois alegaram que o cavalo estava morto no momento da mutilação.
De acordo com o boletim de ocorrência, Dalton narrou no depoimento que o cavalo branco ficou cansado da cavalgada, parou de andar e deitou no chão, ficando com a respiração fraca até cessar por completo.
Nas redes sociais, Dalton publicou um vídeo narrando o ocorrido e explicando que começou a gravar o animal apenas para mostrá-lo no chão e que não soube o que fazer quando viu o amigo mutilando o cavalo.
“Infelizmente, eu estava junto. Eu não consegui fazer nada. Eu gravei o vídeo pra mostrar que o animal estava caído. Ninguém, em nenhum momento, debochou do animal, ninguém fez nada”, afirmou Dalton no vídeo publicado nas redes.
“Ele (Andrey) só pediu pra gravar o vídeo para o pai dele, só que depois disso, infelizmente, ele foi e fez isso aí (mutilação), sem necessidade nenhuma. Eu fiquei sem reação na hora, não soube o que fazer”, completou Dalton na publicação.
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O caso foi registrado como prática de ato de abuso a animais, com agravamento pela morte do animal e segue sendo investigado. Até o momento, ninguém foi preso.
O g1 entrou em contato com Andrey, que não quis se manifestar sobre o caso.
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Famosos cobram justiça
Famosos como a cantora Ana Castela, a ativista Luisa Mell e a atriz Paolla Oliveira saíram em defesa do animal nas redes, cobrando que as autoridades investiguem o caso e que os responsáveis sejam punidos.
A boiadeira Ana Castela, que é do interior do Mato Grosso do Sul e é apaixonada por cavalos, usou o Instagram, rede social na qual acumula 16,3 milhões de seguidores, para expor o caso e cobrar justiça.
Na rede social, Ana classificou o ocorrido como uma covardia e pediu apoio popular para o caso ganhar repercussão e chegar até as autoridades.
A ativista Luísa Mell, engajada na luta contra os maus-tratos aos animais e conta com 4,1 milhões de seguidores, também fez uma postagem cobrando justiça.
No post, Luísa mostrou indignação, chamando quem mutilou o animal de “monstro” e “covarde”. “Monstros! Como pode gente? Pelo amor de Deus! Exigimos punição! Estes covardes têm que pagar! Cortaram as patas de um cavalo! Vamos pressionar! Não se calem!”, disse a ativista nas redes.
A atriz Paolla Oliveira, que está atuando na novela Vale Tudo e soma mais de 38 milhões de seguidores no Instagram, viu a postagem de Luísa Mell e também prestou apoio.
Imagem viralizada mostra cavalo branco caído no chão antes de mutilação em Bananal, SP.
Reprodução/Redes sociais
O caso
Segundo a Polícia Civil, os policiais receberam denúncias de que o tutor do cavalo teria cortado as patas do animal após uma cavalgada na zona rural da cidade, no último sábado (16). Após a repercussão do caso, nesta segunda-feira (18) a polícia ouviu o tutor do cavalo, de 21 anos, e uma testemunha.
Consta no boletim de ocorrência que, em depoimento, a testemunha afirmou que ele e o tutor estavam em uma cavalgada, cada um com um cavalo, quando o cavalo branco ficou cansado, parou de andar e deitou no chão.
Segundo o boletim de ocorrência, o homem investigado pelo crime é Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, de 21 anos.
O boletim narra ainda que, aos policiais, ele alegou que imaginou que o cavalo já estava morto no momento em que desferiu o golpe contra as patas do animal. O g1 entrou em contato com Andrey, que não quis se manifestar sobre o caso.
A testemunha afirmou que, nesse momento, o tutor do cavalo branco disse: “se você tem coração, melhor não olhar” e em seguida o jovem tirou um facão que estava na cintura e desferiu um golpe na pata do animal, cortando-a.
Diante da situação, a testemunha disse que passou mal e foi embora do local sem o tutor, sem saber o que aconteceu a seguir.
O tutor do animal foi localizado pela polícia e também prestou depoimento. Segundo o boletim de ocorrência, o jovem confirmou que mutilou o animal com o facão, mas ele alegou que o animal já estava morto quando fez isso.
O que fazer em casos de maus tratos a animais?
Por meio de nota, a Prefeitura de Bananal disse que tomou conhecimento das imagens que circulam nas redes sociais envolvendo um cavalo vítima de maus-tratos e que trabalha com a polícia para o caso ser investigado.
“Assim que fomos informados, encaminhamos o caso imediatamente à Delegacia de Polícia e Polícia Ambiental para apuração dos fatos, identificação e punição dos responsáveis. A Prefeitura repudia qualquer ato de crueldade contra os animais e reforça seu compromisso em zelar pelo bem-estar de todos, trabalhando em conjunto com os órgãos competentes para que casos como este não fiquem impunes”, disse a prefeitura em nota.
Amigo que viu mutilação de cavalo com facão alega inocência: ‘Fiquei sem reação’
Reprodução/TV Vanguarda
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