Partidos do Centrão com ministérios respondem por mais da metade das assinaturas do requerimento. Se urgência for aprovada, o projeto pode ser analisado mais rapidamente. Mais da metade das assinaturas que viabilizaram a apresentação do requerimento de urgência para o projeto da anistia aos golpistas do 8 de janeiro são de partidos do Centrão que comandam ministérios do governo Lula.
Sóstenes Cavalcante, líder do Partido Liberal na Câmara dos Deputados e principal articulador do projeto na Câmara.
Lula Marques/ Agência Brasil
O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-SP), protocolou o documento com 262 apoios na tarde desta segunda-feira (14).
O deputado queria reunir mais deputados, mas antecipou o protocolo devido à suposta intenção do governo de pressionar parlamentares a retirarem assinaturas.
🔎 O regime de urgência permite um andamento mais acelerado ao projeto. Ao entrar em urgência, uma proposta não precisa passar pelas comissões temáticas da Casa e pode ser analisada diretamente no plenário.
União, PP, PSD, Republicanos e MDB, siglas que chefiam pastas no governo, respondem por 146 das 262 assinaturas (55,7%).
Abaixo as assinaturas de cada partido. A soma chega a 264, mas duas assinaturas foram invalidadas:
União – 40 de 59 deputados
PP – 35 de 48 deputados
PSD – 23 de 44 deputados
Republicanos – 28 de 45 deputados
MDB – 20 de 44 deputados
PL- 90 de 92 deputados
Avante – 4 de 8 deputados
Podemos – 9 de 15 deputados
PSDB- 5 de 13 deputados
Cidadania – 3 de 4 deputados
Novo – 4 de 4 deputados
PRD- 3 de 5 deputados
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Base aliada
Na semana passada, o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ) cobrou uma definição dos partidos da base de apoio ao Planalto.
O deputado reclamou de parlamentares considerados “governistas” pelo Executivo que assinaram o requerimento.
“Esse é um bom momento para perguntar quem quer ficar aqui do nosso lado, porque se a pessoa assina num projeto desse, com certeza não quer ficar aqui desse lado”, afirmou na oportunidade.
Segundo o blog do Octavio Guedes, o presidente interino da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), não vai dar andamento ao tema neste momento. A ideia é esperar que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), retorne de uma viagem para levar o projet aos líderes dos partidos.