Segundo o capitão Julio César Cacciari de Moura, o ambiente foi transformado em uma vasta área de águas represadas, com características similares a um grande lago. Polícia Militar Ambiental patrulha mais 2,5 mil km² do Rio Paraná na região de Presidente Prudente (SP)
Polícia Ambiental
A proteção de rios e lagos é essencial para a preservação da vida e dos ecossistemas aquáticos. De acordo com a Polícia Militar Ambiental, a corporação desempenha um papel crucial ao garantir que biodiversidade seja preservada em mais 2,5 mil quilômetros quadrados (km²) do Rio Paraná, que banha as cidades de Rosana (SP), Teodoro Sampaio (SP), Presidente Epitácio (SP), Panorama (SP) e Paulicéia (SP), na região de Presidente Prudente (SP).
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Além disso, os militares realizam ações de policiamento náutico no trecho onde fica o lago da Usina Hidrelétrica (UHE) de Porto Primavera, em Rosana (SP), em que buscam a proteção da fauna e da sociedade no combate aos mais diversos crimes ambientais.
“A Polícia Ambiental desempenha um papel crucial nesse processo, combatendo crimes ambientais, prevenindo o despejo de poluentes e garantindo que a biodiversidade aquática seja preservada para as gerações futuras”, informou o capitão Júlio César Cacciari de Moura ao g1.
Imagens mostram o trecho do Rio Paraná onde fica a Ponte Hélio Serejo, em Presidente Epitácio (SP), na divisa entre os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, antes {à esquerda) e depois (à direita) da formação do lago da usina Hidrelétrica de Porto Primavera, em Rosana (SP)
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O Portal g1 Presidente Prudente e Região publica a série “Os desafios da navegação no Rio Paraná”, com 10 reportagens especiais que mostram a situação da atividade náutica no trecho afetado pelo lago formado pela Usina Hidrelétrica de Porto Primavera, no Oeste Paulista.
Mudança de cenário 🌊
O capitão explicou que, antes da formação do lago da UHE, todo o ambiente do Rio Paraná tinha características típicas de um grande rio com correnteza constante e fluxo de água bem definido.
“A navegação seguia as rotas naturais do rio, delimitadas pelas margens e pela dinâmica das águas. A navegação das embarcações miúdas enfrentava a força da corrente, especialmente, em trechos mais estreitos ou com corredeiras, o que exigia habilidade para manobrar a embarcação. A profundidade variava, mas era previsível no canal principal, embora obstáculos, como bancos de areia, pedras e galhos, fossem frequentes, representando riscos”, descreveu Moura.
Os desafios da navegação no Rio Paraná
Já com a formação do lago da usina, o oficial contou que o cenário mudou completamente, uma vez que “o rio foi transformado em uma vasta área de águas represadas, com características similares a um grande lago”.
“A correnteza desapareceu quase por completo, deixando a água mais calma em condições normais, o que pode dar a impressão de navegação facilitada. No entanto, novos desafios surgiram. A ausência de um canal natural bem definido dificulta a orientação, principalmente em áreas mais amplas e afastadas das margens”, pontuou ao g1.
Ele também descreveu que saber a profundidade do Rio Paraná tornou-se imprevisível, com locais rasos surgindo inesperadamente, resultado de elevações do terreno submerso.
Além disso, árvores e tocos submersos, deixados pelo alagamento, representam riscos constantes para as embarcações, especialmente, porque, muitas vezes, estão escondidos abaixo da superfície, gerando risco de acidentes.
Polícia Militar Ambiental patrulha mais 2,5 mil km² do Rio Paraná na região de Presidente Prudente (SP)
Polícia Ambiental
Moura também listou a formação dos ventos como outro fator crítico para a navegação.
“Com a área alagada sendo muito mais ampla e desobstruída do que o curso original do rio, os ventos ganham velocidade e podem gerar ondas significativas. Essas ondas são especialmente desafiadoras para embarcações pequenas, que podem enfrentar dificuldades para manter a estabilidade em condições de vento forte. Esse fenômeno torna a navegação mais perigosa em dias de clima instável, exigindo ainda mais cautela”, afirmou ao g1.
Ainda conforme o capitão, a operação da usina também provoca variações no nível do lago, “que podem expor bancos de areia e modificar áreas que antes pareciam seguras”.
Ele também ressaltou que a navegação requer maior atenção, sendo recomendável o uso de equipamentos como sonares e GPS, para monitorar a profundidade e os obstáculos.
“A transição de um ambiente fluvial para um de lago trouxe a necessidade de adaptação dos navegantes, que agora precisam lidar não apenas com os desafios tradicionais, mas também com os riscos adicionais impostos pela nova configuração do ambiente aquático”, recomendou.
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Navegação 🚤
Segundo Moura, a navegação é uma atividade altamente segura, desde que cumpridas as regras que disciplinam o transporte aquaviário.
Ao g1, o capitão da Polícia Ambiental deu algumas dicas:
a primeira delas, é ser habilitado para a condução da embarcação;
além disso, os itens de segurança como coletes ajustados ao corpo, boia circular com cabo e lanterna na embarcação são essenciais e exigências das normas de navegação bem como não exceder o limite de cargas e passageiros também é fundamental; e
também é importante a precaução de comunicar uma pessoa de confiança que fique em terra sobre o trajeto da embarcação, para que, em caso de algum incidente, as buscas sejam mais rápidas.
Ele também ressaltou que as áreas abertas para o estabelecimento de lagos de UHE possibilitam a formação de ventos em velocidade maior.
“Tal característica faz com que a navegação necessite ser mais cautelosa em períodos de mau tempo ou formações de tempestades nas quais a navegação deve ser evitada pela formação de ventos e ondas. Nos casos de mau tempo, recomendamos aguardar nas margens ou ilhas antes de realizar a travessia”, finalizou ao g1.
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