![VÍDEO: Ex-secretário de Saúde de Goiânia preso suspeito de corrupção é levado a hospital após sentir dores no peito, diz DGPP](https://s2-g1.glbimg.com/mRoJ6qKGG8x6DVglVO3Vv8qJzz8=/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2024/9/t/0xemCbScW78FwGDIfl1A/duo-fotos-g1.jpg)
Defesa de Wilson Pollara confirmou que ele está sendo levado para o Cais Novo Horizonte, em Goiânia. Ele foi levado em uma ambulância do Samu. Wilson Pollara deixa presídio e é levado para hospital com dores no peito
Wilson Pollara, ex-secretário de Saúde de Goiânia que está preso temporariamente por suspeita de corrupção na secretaria, precisou ser levado a um Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) da capital, após sentir dores fortes no peito, neste domingo (1º) (assista acima). A informação foi confirmada ao g1 pela Diretoria-Geral de Polícia Penal (DGPP) e pela defesa de Pollara.
“Alegou sentir dor no peito e foi ao hospital realizar exame”, explicou a DGPP.
Um video mostra quando socorristas do Samu levam o ex-secretário para dentro da ambulância. Pollara, de roupas brancas e chinelo, estava deitado em uma maca.
O advogado de Pollara, Thiago Peres, explicou que o cliente deixou a Casa do Albergado e foi levado para o Cais Novo Horizonte, onde deve passar por exames.
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A Casa do Albergado é destinada para cumprimento de pena privativa de liberdade. Portanto, a unidade abriga presos que cumprem pena em regime aberto, ou seja, pessoas que foram presas por crimes cometidos sem violência.
Wilson Pollara é levado de ambulância da Casa do Albergado até Cais, em Goiânia
Arquivo pessoal
Prisão
Na última quarta-feira (27), uma operação do Ministério Público de Goiás prendeu Pollara, o secretário executivo da Saúde de Goiânia, Quesede Ayres, e o diretor de finanças Bruno Vianna. Os três são suspeitos de associação criminosa, pagamentos irregulares em contratos e recebimento de propina.
A investigação começou em maio para apurar atrasos nos repasses para a fundação que administra três maternidades da prefeitura. A dívida passa dos R$ 121 milhões.
“Com o acúmulo da dívida, percebemos que havia algo e há algo de muito complexo por trás dessa situação. Gerou aí a necessidade da investigação criminal”, destacou Marlene Nunes, promotora de Justiça ao Jornal Nacional.
De acordo com a investigação, Pollara escolhia quem iria receber. “Identificamos também pagamentos feitos de maneira irregular, podemos dizer clandestinamente, fora dos cofres dos caixas oficiais, sem a devida declaração na contabilidade pública”, afirmou Rafael Correa Costa, coordenador do GAE Patrimônio Público, ao Jornal Nacional.
A defesa do médico Wilson Pollara entrou com um pedido de habeas corpus, argumentando que ele não representa risco algum à investigação. Mas o ex-secretário e os outros dois investigados continuam presos até sexta-feira (6) – Leia nota completa ao final do texto.
A Prefeitura de Goiânia, por meio de nota, informou que “está colaborando plenamente com as investigações conduzidas pelo Ministério Público de Goiás” – Leia nota completa ao final do texto.
A defesa de Quesede Henrique informou que ainda não teve acesso e, por isso, “não pode emitir considerações detalhadas sobre as alegações que embasam a medida judicial” – Leia nota completa ao final do texto. O g1 não localizou a defesa de Bruno Vianna até a última atualização desta reportagem.
Momento em que ambulância do Samu chega para buscar ex-secretário, Wilson Pollara, em Goiânia
Arquivo pessoal
Defesa Wilson Pollara
A defesa de Wilson Pollara lamenta a decisão de manutenção da prisão temporária de seu cliente, após a realização da audiência de custódia na tarde desta quinta-feira (28), e aguarda a apreciação por parte do Tribunal de Justiça de Goiás da liminar em habeas corpus impetrada, confiante de que ela será concedida.
Conforme o entendimento da defesa, a prisão de Pollara é desnecessária e já cumpriu sua finalidade. Já houve a apreensão de aparelhos celulares e de eventuais documentos na residência e nos locais públicos onde o investigado prestava serviço.
Além disso, as medidas cautelares fixadas juntamente com o decreto de prisão mostram-se mais do que suficientes para garantir o procedimento de investigação criminal do Ministério Público de Goiás (MP-GO) – suspensão do exercício das funções públicas, proibição de entrada em prédios relacionados à prestação de serviços de saúde e restrição de contato com testemunhas ou outros investigados.
A decisão vai de encontro à Ação Direta de Inconstitucionalidade 3360 e 4109 do STF, que estabelece que a prisão temporária deve ser decretada apenas em casos em que há a impossibilidade de aplicação de medidas cautelares.
Por fim, é necessário frisar que Wilson Pollara é um médico renomado, de conduta ilibada, e que em momento algum demonstrou qualquer intenção de obstruir as investigações. Como secretário, todas as vezes em que foi intimado, compareceu ao Ministério Público para prestar os devidos esclarecimentos. Trata-se, ainda de um idoso de 75 anos, que acumula diversas comorbidades de saúde, cuja prisão coloca em xeque a questão da dignidade da pessoa humana.
Thiago M. Peres
Defesa de Quesede Ayres Henrique
Em relação aos fatos noticiados na data de hoje, a defesa informa que ainda não teve acesso à íntegra do processo e, por essa razão, não pode emitir considerações detalhadas sobre as alegações que embasam a medida judicial.
No entanto, reforçamos que o cliente está à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários às autoridades, visando à plena elucidação dos fatos.
A defesa mantém total confiança na demonstração de sua inocência e reitera o compromisso com o respeito ao devido processo legal e à ampla defesa.”
Márcio M. Cunha Advogado
Nota da Prefeitura de Goiânia
A Prefeitura de Goiânia informa que está colaborando plenamente com as investigações conduzidas pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) no âmbito da Operação Comorbidade.
A gestão municipal reitera seu compromisso com a transparência e com a lisura na administração pública, colocando-se à disposição para fornecer todas as informações e documentos necessários ao esclarecimento dos fatos.
A Prefeitura reforça que tomará todas medidas administrativas cabíveis, conforme o desdobramento das apurações.