Com plantio de árvores e resgate de animais, a missão é devolver a vida à Serra do Paredão que foi atingida por um incêndio em setembro. Após um incêndio que devastou cerca de 1,1 mil hectares da Serra do Paredão, no Sul de Minas, voluntários unem forças para transformar o cenário. Com plantio de árvores, resgate de animais e até pilotos de paraglider lançando sementes, a missão é devolver a vida à serra.
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Voluntários usam paraglider para lançar sementes e reflorestar a Serra do Paredão após incêndio
Reprodução / Redes sociais
O incêndio atingiu a serra em setembro e durou cerca de 15 dias. A ideia do reflorestamento surgiu ao pesquisar soluções aplicadas em outros locais. O objetivo era acelerar a recuperação da área.
“Logo após o incêndio, a área estava literalmente devastada. Você não escutava som de animais. As árvores, principalmente as árvores ocas e mais antigas, queimaram até a raiz, ficou o desenho delas no chão. O volume de água gerado caiu em mais de 2/3, ou seja, o impacto foi muito rápido sobre a geração de água e sobre a flora e fauna. Então parecia muito aquela questão de filme, uma coisa triste de se ver”, disse Francisco Eduardo de Carvalho Costa, diretor de Meio Ambiente de Santa Rita do Sapucaí.
Diante dessa devastação e inspirados por iniciativas que utilizam aeronaves e tecnologias avançadas, a equipe decidiu adaptar o processo.
“O pessoal usava avião, usava helicóptero ou então usavam tecnologias de última geração. E nós vimos que era possível trabalhar com voluntários com equipes menores e usando também o paraglider”, contou o diretor.
Desde então, voluntários e integrantes da Secretaria de Meio Ambiente de Santa Rita do Sapucaí têm trabalhado no plantio de espécies nativas, como araucárias e ipês, e na instalação de ninhos-isca para abelhas sem ferrão. Esses abrigos recicláveis são estratégicos para evitar a consanguinidade e a morte das colônias, promovendo a polinização e a regeneração do ecossistema.
A preocupação com a fauna também tem sido prioridade. Equipamentos como câmeras e comedouros foram instalados para monitorar e alimentar os animais que sobrevivem na área queimada.
A mobilização é liderada pela Secretaria de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Meio Ambiente de Santa Rita do Sapucaí, em parceria com instituições como o Instituto Federal do Sul de Minas e a UNA.
Na próxima semana, novos esforços serão realizados, incluindo a instalação de hotéis para abelhas solitárias e melhorias nos comedouros para evitar a contaminação por chuva.
Voluntários iniciam reflorestamento em área afetada por incêndio em Santa Rita do Sapucaí
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Recuperação
Conforme o diretor de Meio Ambiente, a intervenção é essencial para reduzir o tempo de regeneração da serra, que pode levar até 25 anos.
“O tempo, se nós não intervimos, conseguiremos uma recuperação entre 20 e 25 anos. Com a intervenção, ou seja, adição de plantas, cuidados, comedouros, nós estimamos que o processo vai se dar entre 10 e 15 anos”, explicou.
“Essa área é um banco gerador de água. Então, se pensarmos em créditos ambientais, o principal crédito daqui é a água, depois é a biodiversidade. Então, muitos animais da região estão aqui. Além da importância turística, o próprio paraglider, as trilhas, o parque municipal que veremos em breve. Então ela é uma área que tem a importância ecológica e também humana”.
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