Homem foi preso neste sábado (30), após se entregar à polícia em Cururupu. Além de roubar pertences e agredir família circense, jovem artista foi abusada por um dos participantes do grupo criminoso. Quinto suspeito de participação no assalto a circo em Central do Maranhão é preso
Divulgação/Polícia Civil
Na manhã deste sábado (30), a Polícia Civil prendeu o quinto suspeito de participação no assalto a uma família circense em Central do Maranhão, a 68 km de São Luís, que também teve um estupro contra a artista circense Camila Gomes.
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Segundo o Superintendente de Polícia Civil do Interior, Ricardo Aragão, o homem, que não teve o nome informado, se entregou na Delegacia de Cururupu, onde recebeu ordem de prisão por parte da delegada Thaissa. Ele já havia sido localizado e a polícia aguardava ele se entregar.
Neste momento, resta à polícia deter mais três pessoas que teriam participado do crime. Cinco já foram detidos, sendo dois menores de 18 anos apreendidos e três presos.
Suspeitos de participar de assalto a circo no Maranhão foram presos pela polícia.
Reprodução/Polícia Civil
Na sexta-feira (29), o adolescente de 17 anos apontado como o autor do estupro contra Camila Gomes, também se entregou à Polícia Civil, após uma negociação com os familiares. Ele foi apreendido na Zona Rural de Guimarães, a 70 km de São Luís, e foi levado de helicóptero com apoio do Centro Tático Aéreo (CTA) para a capital.
Ainda segundo a Polícia Civil, o jovem prestou depoimento e confessou o estupro. A vítima Camila Gomes, disse que foi abusada na frente da filha, de 1 ano de idade, e que o adolescente chegou a atirar contra ela.
Adolescente suspeito de estuprar artista circense é preso no Maranhão
Reprodução/Polícia Civil
“Eles [criminosos] chegaram pedindo dinheiro e saíram me arrastando pelos cabelos, enquanto outro me levou para dentro do trailer onde estava minha filha, de 1 ano, dormindo. […] Ele deu um tiro. Eu senti Deus comigo. Deus fez ele errar a bala para não acertar em mim. Ele botou uma arma na minha cabeça e atirou. No momento, eu só sabia passar a mão na minha filha e na minha cabeça, pra saber se tinha pegado. […]Eu fiquei em choque. […] Estou tentando ser forte, pela minha família, por mim também, mas não vou dizer que estou bem”, relatou Camila, em um post nas redes sociais.
Dois presos pelo crime foram levados para a Unidade Prisional de Pinheiro, no interior do Maranhão, enquanto os dois menores de idade apreendidos serão encaminhados para um Centro Socioeducativo em São Luís.
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Familiares agredidos e circo roubado
Ao todo, os familiares contam que a ação criminosa aconteceu por volta das 23h, cerca de 40 minutos após o fim do último espetáculo no circo. Estavam no local a família, que é dona do circo, e alguns funcionários.
Armados e muito agressivos, os bandidos invadiram o local e roubaram dinheiro e objetos pessoais. Após o assalto, dois deles arrastaram uma das vítimas para um trailer do circo e um deles estuprou a jovem que é artista circense, mãe, e se apresenta no local.
Além da jovem que foi estuprada, algumas outras pessoas foram agredidas pelos bandidos, dentre eles, dois idosos que são pais dos donos do circo. Uma das vítimas tem alzheimer e teve ferimentos.
Até o momento, a Polícia Civil informou que conseguiu recuperar parte dos itens roubados.
Circo decidiu sair da cidade
Circo onde aconteceu o crime, em Central do Maranhão
Reprodução/Redes Sociais
A vítima do estupro foi ouvida na Delegacia de Cururupu e recebeu atendimento médico na cidade de Pinheiro. Ela está sob cuidados, tomando antivirais para evitar infecções sexualmente transmissíveis e receberá acompanhamento psicológico online, já que a família não possui endereço fixo e vive de forma itinerante.
Por conta do trauma e do medo gerado pelo crime, o circo também cancelou as apresentações restantes que faria em Central do Maranhão e decidiu deixar a cidade.
Família pede justiça
O circo onde aconteceu o crime pertence a uma família que é natural do Pará. Eles estavam em turnê por cidades da baixada maranhense. Em entrevista ao JM1, Poliana Ostok, mãe da vítima e dona do circo, afirmou que a família está traumatizada após o caso e pediu justiça.
“Nesse momento a gente só se sente indignado, revoltado. A gente está se sentindo impotente perante essa situação que nunca na minha vida passou e não tem relato de nenhum circo ter passado por isso. A gente fica muito triste, que a cidade do Maranhão, a baixada, vem acontecendo tanta atrocidade. A gente sabe que não somos a primeira família a passar por esse tipo de situação, mas a gente clama pela Justiça, que as autoridades tomem providência”, disse Poliana Ostok.
Autoridades se manifestaram
Devido a barbaridade do caso, autoridades e políticos do Maranhão também se manifestaram sobre o crime.
Por meio de uma rede social, o governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), informou que o sistema de segurança está focado em identificar os responsáveis pelo ataque. Ele disse ainda que a Delegacia Especial da Mulher, a Casa da Mulher Brasileira e a Secretaria da Mulher darão assistência necessária as vítimas.
“Nosso sistema de segurança está focado em identificar e prender os responsáveis pelo ataque à jovem circense Camila e sua família, em Central do Maranhão. Não vamos tolerar que as pessoas tenham sua paz retirada e sejam violentadas dessa forma. Informo ainda que a Delegacia Especial da Mulher, Casa da Mulher Brasileira, Semu e demais equipes do nosso darão assistência necessária às vítimas”, disse Brandão.
Também por meio de uma rede social, a Secretaria de Estado da Mulher do Maranhão (SEMU) emitiu uma nota de repúdio ao crime sofrido pela jovem e sua família. A secretaria disse que segue acompanhando o andamento das investigações e estará dando apoio às vítimas.
“A Secretaria de Estado da Mulher vem manifestar seu repúdio às atrocidades sofridas pela jovem circense Camila Gomes e sua família, em Central do Maranhão. Reiteramos que estamos acompanhando as investigações que estão sendo realizadas pelas forças de segurança do estado para que as medidas cabíveis sejam tomadas com urgência e os agressores sejam punidos com todo o rigor da lei. Reforçamos nosso compromisso no combate a todo e qualquer tipo de violência, sobretudo, violências que atingem às mulheres. Conclamamos a sociedade para se juntar nessa corrente formada por instituições e movimentos sociais que tem a missão de construir uma sociedade mais justa e segura para às nossas mulheres”, diz a nota.